terça-feira, 17 de maio de 2016

foram 4

A vida moderna é imediatista, vivemos na era do "é para já", sempre correndo atrás do prejuízo, com pressa e este é o ritmo que impomos ao nosso corpo. Com a medicina moderna e fácil acesso a uma série de remédios e vacinas encurtamos o tempo que uma doença nos tira do ar. Por exemplo, uma inflamação de demoraria de 2 a 3 semanas para sarar, com a droga correta em 5 dias você já está na ativa. Ocorre que com os nossos ossos isso ainda não é possível. Tenho aprendido com a recente fratura que devo respeitar a ordem natural das coisas e tem sido um processo importante de aprendizado e resiliência. No meu caso trata-se de fratura de uma extremidade, onde há maior dificuldade de circulação, assim o processo de consolidação é lento.
Repeti o raio X com 3 semanas e vimos pouca ou praticamente nenhuma evolução, o que já era esperado. Agora com 4 semanas começo a apoiar o pé no chão ainda com pouca carga, uso do robofoot e auxílio das muletas. Volto ao médico em 4 semanas.
Para quem corria de 30 a 40 Km por semana e tinha uma vida bem ativa, ficar parado foi muito duro. Especialmente por conta dos planos de provas e desafios assumidos, que embora não estejam esquecidos, estão estacionados por um tempo. O foco é sarar e felizmente fui liberado a nadar sem bater as pernas e fazer musculação para os membros superiores.
Sempre olhando pelo lado positivo, muitas lições aprendidas, como por exemplo estar atento até nos momentos mais descontraídos para evitar acidentes, valorizando cada dia mais espaços acessíveis (há uma porção de lugares, inclusive prédios públicos sem acessibilidade e senti isso na pele), ser produtivo mesmo estando em home office, fazendo gestão à distância, mas me esforçando a estar presente nos compromissos relevantes, e aproveitando o tempo extra para ficar mais próximo da família, etc. as gêmeas sempre ajudando ao papai pegar alguma coisa, estão mais próximas e parceiras. Há muita gente bacana, entre elas vizinhos, amigos e estranhos sempre dispostos a ajudar e tem muita gente que não tem um pingo de educação e está cagando (desculpe o francês) se você está de muletas ou cadeira de rodas, porque estão muito preocupados olhando para o umbigo.
Enfim, paciência e resiliência para suportar as dores e para passar bem por mais este aprendizado.



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